O Homem e a natureza.

            O Homem e a natureza são unidos por uma dinâmica de convivência estruturante, essa unidade que torna o homem o único ser capaz de viver comunitariamente se realiza como política. A política leva o homem a reconhecer-se comunitário e a compreender que sem diferenças, sem alteridade, não há conquista. Assim o outro faz parte da condição humana que na comunidade vive as possibilidades que recebe da própria natureza.

            A diversidade de experiências ocorridas ao longo da história permite ao homem reconhecer o outro e a si mesmo. Contudo com a modernidade se instalou na história o sentido de individual. O estranhamento do outro e as novas ideologias remeteram para um conhecimento pragmático e a ciência moderna estabeleceu procedimentos de investigação, objetos e fins a serem alcançados. O sistema se tornou alheio à natureza e o homem passou a buscar a facilidade dos meios e a alta satisfação das conquistas. O desejo pelo supérfluo suprimiu a serenidade em favor de uma riqueza que se tornou fonte de dominação e subjugação de todas as diferenças.

            O homem alienado por este sistema tecnológico fez da natureza um mero objeto, sem se dar conta de que a técnica explora a natureza visando mudanças determinadas que interfere no processo de transformação natural. A prepotência da técnica substituiu o processo natural, que se formou em milhões de anos, por uma prótese que artificializou as relações humanas entre si e com a natureza.

            O homem ofuscado pelo deslumbre de poder transformar o que existe naturalmente em coisas artificias, precisa redescobrir-se como um ser natural que faz parte de uma physis dinâmica da qual emerge todos os seres e não de uma realização individual. Livre da escravatura ideológica, o homem deve reconhecer a dignidade presente naturalmente em todos os seres, permitindo que se gere um equilíbrio no movimentos naturais da vida. 

Albinê Cândido

Pré-noviço redentorista

Acadêmico de Filosofia no IFITEG