A educação deve colocar a pessoa como centro do ato de educar.
A educação faz parte do ideal da humanidade que quer atingir o nível das possibilidades de vida harmônica, contudo com o passar dos tempos ela começou a priorizar o seu aspecto instrumental. Com um caráter técnico e voltado para o trabalho o homem ignora novas possibilidades do ato de educar, no sentido de romper com a formação meramente instrumental.
Fenomenologicamente o ato de educar significa encarar a educação como um fenômeno presente na vida do ser humano. Para a fenomenologia a educação visa à interação do homem consigo mesmo, com os outros e com a sociedade. Assim perceber as diversas formas de educar é começar a compreender que educação é um fenômeno múltiplo, plural e complexo.
O encontro da educação com a fenomenologia redimensiona a visão e a percepção do ato de educar no homem. A ideia de intencionalidade presente no educador e no educando que é o aprendizado, se dá nas relações estabelecidas pelos seres humanos com o mundo. Para a fenomenologia a educação é todo um trabalho de educar os sentidos e a partir deles: aprende-se a ouvir, a ver, a cheirar, a degustar, a sentir...
Para compreender a educação numa dimensão fenomenológica é preciso conhecer o homem que será educado, perceber e apreender a sua realidade, e então refletir sobre ele. Assim a educação pensará o homem a partir dele mesmo.
Para que o individuo possa elaborar seu trajeto existencial, através de um pensar, a educação deve tornar compreensível o seu papel, deve ser comprometida com a pessoa propiciando condições de transformar e modificar a realidade vivenciada.
Fenomenologicamente a educação deve permitir ao homem compreender o vivido e por em pratica as possibilidades dialógicas existentes no fazer pedagógico. A educação deve colocar a pessoa como centro do ato de educar nas múltiplas relações estabelecidas pelos indivíduos, indo além da informação, sendo capaz de levar o homem a transcender.
Albinê Cândido
Pré-noviço redentorista
Acadêmico de Filosofia no IFITEG